Na natureza as orquídeas obtêm seus nutrientes no ambiente que as cercam, porém estes estão disponíveis em pequenas quantidades ao longo de todo ano. A água da chuva escorre pelos troncos e leva os nutrientes até as raízes das orquídeas e de outras plantas epífitas. Além disso, toda matéria orgânica (restos de vegetais, animais e insetos mortos e outros detritos) próxima as orquídeas no ambiente natural se decompõe com a ajuda de diversos microorganismos fornecendo a elas todos os nutrientes de forma contínua e em doses homeopáticas. Outra fonte de nutriente é aquela oriunda de microrganismos de vida livre fixadores de nitrogênio, estes captam o N2 atmosférico e fornecem as orquídeas epífitas próximas.
Considerando que a população de plantas epífitas não se restringe somente às orquídeas e que existem inúmeras outras plantas sobre troncos ou árvores, percebe-se que a quantidade de nutriente disponível para cada planta é muito pequena, mas suficiente para que a mesma cresça e se desenvolva de forma lenta e gradual. É muito comum na natureza plantas levarem décadas para florescer, acumulando nutrientes e reservas para que a reprodução seja possível. A emissão de uma flor e, ou, a formação de um fruto demanda muita energia e isso só é possível quando a planta apresenta um estoque de nutrientes e de carboidratos suficiente para sustentar tais eventos. O objetivo da planta é produzir sementes e para isto não tem necessariamente um tempo estipulado. Dependendo da riqueza do ambiente e da disponibilidade de nutrientes e água, essa planta levara mais ou menos tempo para florescer e frutificar.
Porém nos cultivos comerciais e da maioria dos colecionadores ocorre forte pressão para que a planta floresça o mais rápido possível, com isso ocorre a grande aplicação de fertilizantes minerais e, ou, orgânicos com o objetivo de antecipar a floração da planta.
A adubação em orquidários é prática considerada obrigatória na atualidade, visto que as fontes de nutrientes que a planta dispunha na natureza são extremamente restritas em condições comerciais. Nesse caso há limitação de espaço para que as raízes explorem o ambiente, falta de deposição de matéria orgânica das diversas fontes da natureza e uma grande concentração de plantas em um pequeno espaço, obrigando as mesmas a competirem pela pequena disponibilidade de nutrientes.
A maioria dos substratos utilizados no cultivo de orquídeas é extremamente pobre em nutrientes, tornando obrigatória a adubação para que se tenha sucesso na produção de belas plantas. Entre os substratos utilizados destaca-se o xaxim que foi durante muito tempo o mais utilizado no cultivo. Hoje, com a proibição do seu uso, inúmeros outros substratos surgiram em substituição ao xaxim, porém a maioria desses é pobre em nutrientes e torna obrigatório o uso de fertilizantes para quem quer ter pleno florescimento de suas plantas.
Muitos questionamentos são feitos em relação à adubação, algumas pessoas relatam que não adubam suas plantas e conseguem florescimento das mesmas. Esse fato pode ocorrer, porém varia muito com a espécie em questão, com a riqueza do ambiente e do substrato; e na maioria desses casos a qualidade da flor formada e pouco satisfatória. Quando adubada a mesma pode apresentar um número maior de flores, maior tamanho, maior durabilidade e antecipação do florescimento. Trabalhos recentes em nutrição de orquídeas comprovam tais fatos.
A adubação é uma ferramenta importante na manutenção da saúde de qualquer planta, e quando utilizada de forma correta traz resultados muito satisfatórios.