Delicadas e coloridas, as orquídeas são uma das plantas mais comercializadas no país. Apesar de serem preferência nacional, na hora do cultivo há quem as considere indecifráveis. Baseie-se nas dicas a seguir para manter seus exemplares sempre saudáveis
Olá, muito prazer !
Atualmente, há cerca de 35 mil espécies de orquídeas no mundo – divididas em mais de mil gêneros – e uma infinidade de variedades híbridas. “Por causa desses cruzamentos, fica difícil identificar uma espécie que é vendida sem nome. Procure comprar em exposições, orquidários ou garden centers, assim você saberá exatamente qual tipo está levando para casa”, conta o biólogo Sergio Oyama Junior, que há sete anos comanda o blog Orquídeas no Apê, em que divide com os leitores seus erros e acertos no cultivo das plantas.
Banho de sol
Elas precisam de muita luz para florescer, mas o sol pleno e direto pode queimar sua folhagem. Procure posicioná-las em um local protegido por tela, cortina, pergolado ou pela copa de uma árvore. Dentro de casa, deixe-a perto de uma janela. Essas medidas protegem a planta da incidência direta do sol, mas garantem que ela receba boa iluminação.
Beleza com conteúdo
Não se esqueça de acrescentar à planta uma mistura de nó de pinho, carvão vegetal e cascas de madeira. Além de decorar, esses substratos conservam a água no vaso por mais tempo. Em caso de ambientes muito secos, vale acrescentar um pouco de musgo, que manterá o substrato úmido por um período mais longo. Lembre-se de trocar o substrato a cada dois anos, pois o material entra em decomposição e pode comprometer a saúde da planta.
Árvores amigas
Grande parte das orquídeas é epífita, o que significa que elas usam o tronco de árvores como apoio para se desenvolver. Fique tranquilo: essa relação é benéfica para as duas plantas. O primeiro passo é escolher bem a árvore. Esqueça as espécies com tronco descamante, como pau-ferro e jabuticabeira, e evite árvores com copas muito densas, como a mangueira, ou que percam todas as folhas, como o jasmim-manga. Depois, retire a orquídea do vaso e remova boa parte do substrato. “Uma dica interessante é colocar um pouco de musgo envolvendo as raízes para manter a umidade. Para prendê-la ao tronco da árvore, use uma meia-calça ou um barbante de algodão”, explica Sergio. Lembre-se: orquídeas presas à árvores não precisam de adubos nem de regas.
Combate ás pragas
O aparecimento de pequenas manchas na folhagem pode indicar o ataque de pragas. Lave bem as folhas e raízes e borrife nas folhas uma combinação de detergente líquido diluído em água. Se a infestação for grande, esfregue o sabão puro, sem diluir, com o auxílio de uma escova de dente. Depois, deixe a orquídea por 24 horas na sombra, lave novamente com água e mude-a de vaso.
Cara-crachá
Para facilitar os cuidados, compre uma plaquinha de identificação e escreva nela o nome da espécie. Anote também o período de sua última floração. A seguir, os mais conhecidos gêneros:
Oncidium
Apresentam crescimento ascendente, por isso preferem o cultivo em placas. O gênero é caracterizado pelo colorido intenso das flores e por preferir uma luz mais dosada e um sombreamento razoável. Suas flores duram entre 20 e 30 dias.
Orquídea-bambu
Versão terrestre das orquídeas, é plantada diretamente no solo e forma touceiras de até 2 m de altura. Apresenta folhas compridas e estreitas, e suas flores, formadas no verão, misturam tons de rosa e roxo.
Nada de mimimi
Seja um bom observador e não tenha medo. As orquídeas são plantas robustas e rústicas: é mais fácil elas morrerem por excesso de zelo do que por sua ausência.
Phalaenopsis
É um dos gêneros mais famosos, porque sua floração é uma das mais duráveis: podem chegar a 90 dias. É ótima para o cultivo em ambientes internos. Na hora de regar, tome cuidado para que a água não se acumule entre as folhas, tente direcioná-la somente no substrato.
Cattleya
“São fáceis de cuidar, mas não são indicadas para ambientes internos”, conta Sergio. Prefira cultivá-las em árvores. Apresenta flores grandes e vistosas que duram, em média, 15 dias.
Teste rápido
A quantidade de regas varia de acordo com a época do ano, o local de cultivo e o tipo de substrato. Então, para checar se é hora de aguar novamente, coloque seu dedo indicador no solo da planta: se ainda estiver úmido, espere alguns dias para voltar a fazê-lo. Cuide para nunca deixar o substrato seco, mas lembre-se de que a maior causa de morte de orquídeas são as regas excessivas.
Sono de beleza
Não se assuste quando as flores caírem, isso é normal. Nessa fase, a planta entra em um período de “dormência”: ela passa alguns meses descansando e recuperando suas energias para que possa florescer mais uma vez no ano seguinte. Para ajudá-la, corte a haste que estava florida bem rente às folhas.
Vandas
As espécies desse gênero gostam de viver penduradas, em locais quentes e úmidos. Não precisam de substrato, por isso preferem ser cultivadas em troncos de árvores ou treliças de madeira. Gostam de umidade, mas não de água parada: regue todos os dias, mas não deixe a água acumular. Suas flores duram, no mínimo, 30 dias.
Adubar para florir
Existem diversos tipos de adubos específicos para orquídeas. Para estimular a floração, o mais utilizado é o NPK 10 30 20, que tem maior concentração de fósforo. Aplique-o pela manhã ou ao entardecer.
Mudança sem sofrimento
Ao trocar a espécie de vaso, o ideal é mantê-la dois dedos abaixo da boca do recipiente. Outro ponto de atenção é verificar qual é a “parte da frente” da planta: o lado em que surgem os novos brotos deve ficar livre, nunca encostado na parede do vaso.
Vento controlado
A ventilação é muito importante para um cultivo saudável, mas em excesso pode ser prejudicial. Além de fazer com que a água da rega evapore mais rapidamente, o vento também pode acelerar o processo de queda das flores.
Poda sem traumas
Precisa cortar uma haste ou uma folha machucada? Primeiro, esterilize a tesoura de poda com um maçarico ou com a chama do fogão, e só faça o corte quando o instrumento esfriar. Depois, passe um pouco de canela em pó no local machucado para agilizar o processo de cicatrização e impedir o acesso de fungos e pragas.
Elas dizem tudo
Se as folhas começarem a ficar mais escuras, é sinal de carência de luz. Já folhas amareladas indicam que a espécie está recebendo sol em excesso.
Dança dos vasos
As orquídeas costumam ser comercializadas em vasos de plástico, mas é melhor cultivá-las em modelos de barro, que são mais porosos e drenam melhor a água, evitando o apodrecimento das raízes. Os modelos com furos na lateral, como o da foto, são indicados para locais com boa umidade.
Fonte: http://revistacasaejardim.globo.com/